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Cantora, compositora, diretora de cena e musicóloga, Ligiana Costa constrói sua trajetória na interseção entre arte, pensamento e transformação. Seu trabalho parte da voz — como matéria sonora, corpo em presença e vetor de sentido — e se desdobra em múltiplas linguagens, da música popular à cena lírica, da escrita acadêmica à invenção dramatúrgica.

Com doutorado em ópera veneziana do século XVII pelas universidades de Tours (França) e Milão (Itália), Ligiana tem na ópera um campo de experimentação, onde história, política e imaginação se entrelaçam. Sua pesquisa e criação artística investigam formas híbridas e narrativas plurais, com atenção especial a perspectivas críticas contemporâneas — como o ecofeminismo e os debates em torno da decolonialidade.

Graduada em canto lírico pela Universidade de Brasília, especializou-se em canto barroco no Conservatório Real de Haia (Holanda) e fez mestrado em Filologia Musical na Faculdade de Musicologia de Cremona. Durante esse percurso, iniciou sua carreira como cantora de música popular brasileira e, logo depois, como compositora. Lançou os discos De amor e mar (gravado entre Paris, São Paulo e Brasília), Floresta (com direção de Letieres Leite), o duo eletrônico NU (Naked Universe), com Edson Secco, o trabalho vocal Eva, e, mais recentemente, Sá – um oratório para a Terra, onde corpo, rito e canção se alinham a uma urgência ambiental.

Autora de livros de musicologia publicados pela Editora da Unesp e pela Edusp, recebeu em 2018 o Prêmio Flaiano (Itália) por sua obra Corego, resultado de um pós-doutorado realizado na USP. Atua como dramaturgista de ópera junto ao Theatro Municipal de São Paulo, ao Festival Amazonas de Ópera, à Compañía Estable da Colômbia, e ao lado de encenadores como Carla Camurati, William Pereira, Cibele Forjaz e Lisenka Heijboer Castañón (na Juilliard School).

Em 2025, participou do programa Women Opera Makers, do Festival de Aix-en-Provence, com mentoria de Katie Mitchell, e realizou uma residência dramatúrgica na Opéra Comique de Paris — experiências que ampliaram ainda mais seu olhar sobre a criação operística contemporânea.

Nos últimos anos, tem desenvolvido criações autorais como diretora cênica, investigando escuta, corpo e presença. Em 2024, assinou direção e dramaturgia de O Grão da Voz, espetáculo operático-teatral criado com o soprano Bruno de Sá. Em julho de 2025, estreia no Théâtre du Châtelet, em Paris, com Marias do Brasil, obra documental-poética inspirada nas vidas e repertórios de duas cantoras líricas brasileiras.

Ligiana transita entre mundos — clássicos e populares, acadêmicos e intuitivos — tecendo uma prática artística comprometida com beleza, escuta, complexidade e reinvenção.

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